Farinha seca dá dor no fígado e tomar banho depois de comer leva à morte: lista as superstições mais 'cabeludas' da gastronomia.
Quem nunca pensou duas vezes antes de passar debaixo de uma escada ou já não correu de um gato preto em uma sexta-feira 13? Para muita gente, as superstições fazemparte da rotina. E na culinária, acredite, não é diferente! O número 13 na gastronomia, por exemplo, é também cheio de crenças. Para os mais ortodoxos no assunto nunca devem sentar, em uma mesma mesa, 13 pessoas. Por terem sido 13 os que participaram da Última Ceia – Jesus e mais 12 apóstolos. Um deles, Judas, nessa mesma noite vendeu seu Mestre e se enforcou numa figueira, atormentado pelo peso da traição. Ou seja, se 13 pessoas se sentarem à mesa, haverá traição na certa. Os índios que habitavam a América tinham superstições diferentes em suas refeições. Apenas evitavam comer os animais totens – aqueles que lhes protegiam. Já escravos africanos não deixavam restos de comida no prato para que não fossem aproveitados por espíritos atormentados. E detaleh, algumas das crenças que conhecemos hoje, curiosamente, surgiram da tentativa do colonizador português ensinar bons hábitos à mesa – como nunca dizer nome feio, sentar sem camisa ou usar chapéu. Nem comer em pé, porque “a comida não assenta”. História à parte, as superstições à mesa não param por aí. Tem aquele boato do sal, sabe? Nunca se deve passar saleiro diretamente para a mão de quem pediu. Dizem que dá azar. Comer o primeiro ou o último bocado, também não faz bem. Ah, tem aqueles que não deixam você beber o resto do copo. Sabe por quê? Eles juram que se isso acontecer todos seus segredos serão revelados. Há uma regra para os pratos. Você deve pegá-los sempre com a mão direita. E devolver com a esquerda, para trazer fartura à mesa. Quando cair um talher, é que chegará visita – se for garfo, homem; se colher, mulher. Vinho derramado é alegria. Sal, na toalha, é mau agouro; e dinheiro, miséria. Farinha no chão é sinal de progresso. E, por fim, não cumprir esses rituais, segundo a crença popular, seria grande ofensa ao Anjo da Guarda – que estava presente em todas as refeições. E as donzelas então? Elas não devem servir sal, passar o paliteiro ou cortar galinha. Se estiver menstruada, as claras batidas do ovo não crescem. Com as grávidas acontece o contrário, crescem e muito. Vale lembrar que aquelas que estiverem grávidas e comerem banana-gêmea, terão grandes chances de ter gêmeos, pode? E se tiverem problemas de pele, caso comam planta que enrame, a enfermidade se alastra. Há superstições, também, em outros hábitos alimentares. Como o de acender o fogo, no tempo em que fogões eram ainda todos a lenha, claro. Se esse fogo demorar a pegar, nunca praguejar – que isso atrai os maus espíritos. Nunca acender com papel, que a comida ficará sem gosto. E, se começar a sair faísca, é bom jogar alho – para mandar embora os espíritos malígnos. Na hora de apagar o fogo, nunca usar água, nem pisar nas brasas – por conta das dificuldades que se terá em acendê-lo novamente. E se receber em casa alguma visita inoportuna, jogue sal no fogo. Segundo os entendidos, com certeza ela vai logo embora. 'Uma vez segui essa supestição e não é que deu certo?', brinca Celso Bandarra. Na hora de cozinhar, sugerem-se alguns cuidados. A comida deve ser sempre mexida em uma única direção e por uma única pessoa – para que não fique sem gosto. Não usar faca para misturar a comida na panela – que “fará mal a quem comer”. Não deixar nunca a colher dentro do recipiente, nem descansando na borda – que altera o ponto de cozimento. Nem bater com ela na borda da panela – que desanda. E quando uma mesma panela queimar a comida várias vezes, é que “ficou viciada”. Melhor então colocá-la de lado. Outras superstições referem-se à mistura de comidas diferentes, ou de bebidas com comidas. Horácio, um dos maiores poetas da Roma antiga, já aconselhava a não misturar os alimentos. Alertando para os problemas de saúde que poderiam acontecer a quem insistisse. O Visconde de Seabra, em Portugal, também, dava conselhos em versos. “Se envolveres o cozido, o assado,/ E com os tordos o marisco a um tempo/ Tudo o que tem de bom se muda em bílis,/ E mover-te-á no estômago alborotos”. Por aqui não é diferente. Aprendemos a não misturar cachaça com leite – que “talha dentro do organismo”; nem com banana, farinha, manga, melancia e ovos duros – porque “empanturra, empacha”. Leite misturado com jaca, manga e pinha – “é veneno puro”. E, depois de peixe – “não escapa com vida”. Tem até ditado, em Portugal, que diz: “depois de peixe, mal é leite”. |
Costumes e superstições do natal italiano
São milhares e milenares os costumes e superstições do Natal italiano. Impossível citar todas mas, relacionei algumas delas, as mais comuns a várias regiões, e que, através de séculos, foram passadas para outras culturas e se tornaram "símbolo natalino", como o Azevinho.
São elas:
Não se come maçã -lembrança do pecado original
O Tortelli di Zucca se come na noite de Natal, após uma oração, concluída com o sinal da cruz e muitos beijos e abraços e auguri.
O uso, nas casas, do L´Agrifolio ou Azevinho, em guirlandas ou enfeites de galhos para, como diz a lenda dos saturnais romanos, as folhas usadas dentro do corpo eram protetoras.. O Azevinho é muito usado em outros países, em especial os países frios. Já tentei este hábito no Brasil e não consegui.
Em quase todas as regiões, o fogo deve estar sempre acesso na noite da Natal até o dia seguinte. Também é costume trocar de roupa, uma camisa velha por uma nova, por exemplo, para proteção contra as doenças.p>
Em algumas regiões na mesa do jantar da vigília so pode ter 13 variedades de comidas. Cada região que possui este costume tem seus próprios 13 pratos favoritos.
No almoço do dia de Natal, as crianças escreviam cartas para os pais e a colocavam embaixo do prato, se desculpando pelos "erros" cometidos durante o ano. Os pais então, liam, abraçavam, beijavam os filhos e davam dinheiro de presente para cada um deles.
Curiosidades gastronómicas
Durante os banquetes romanos, os convidados comiam tanto que ficavam indispostos; por isso era preparada uma sala especial a que chamavam vomitório. Depois de esvaziado o estômago, voltavam para a sala de jantar e continuavam a comer!
Na cozinha, os ricos tinham um recipiente especial usado para a engorda dos arganazes (ratos!). Eram alimentados com a melhor
comida – avelãs, bolotas e castanhas – antes de serem mortos, recheados e servidos como grande iguaria. O recheio podia ser preparado com salsicha de porco (ou mesmo salsicha feita de outros arganazes) e aromatizado com pimenta e frutos secos.
Os caracóis engordados com leite eram muito populares.Os Romanos adoravam tordos recheados. Recheavam-nos pela garganta, sem lhes tirar as tripas!
Comiam úberes de porcas, mioleira de avestruz, pulmões de cabras e carneiros, salsichas de carne de cavalo.
Um romano chamado Trimalquião deu uma festa onde serviu vinho com 100 anos! Da ementa constava também um javali de cuja barriga saíram tordos a voar!
O garfo só é utilizado para comer a partir do séc. XVI.
Anteriormente era utilizado (então com um só dente) para escrever missivas romanas, em tabuinhas de cera. Era o “graphium” com que se grafava ou escrevia, o que vem a dar origem às palavras gráfica, grafismo, etc.
O imperador Maximiano comia 20 kg de carne e bebia 34 litros de vinho por dia!
Uma das bebidas mais apreciadas era feita com tripas de peixe.
Salgavam-nas e deixavam-nas apodrecer ao sol. Alguns dias depois, o líquido era escoado e bebido ou usado como molho.
Também apreciavam verduras: comiam salada de folhas de dente-de-leão, creme de ovos com urtigas, algas estufadas…
Nalguns banquetes, os convidados deitavam pétalas de rosa no vinho.
A uma refeição, Heliogábalo serviu aos seus 600 convidados ervilhas misturadas com grãos de ouro e lentilhas misturadas com pedras preciosas!
Os Romanos gostavam de disfarçar a comida para que parecesse o que não era. Numa festa, os leitões assados eram feitos de massa de pastelaria.
Nos banquetes romanos, assistia-se a espectáculos com dançarinos e acrobatas, malabaristas e palhaços ou mesmo dois gladiadores a tentarem matar-se…
O Monte Testaccio (de testu: vaso antigo) é uma colina artificial, inteiramente feita com ânforas que levavam o azeite da Bética para Roma ao longo de três séculos (I-III). Uma equipa de arqueólogos e historiadores tem procedido, desde 1989, a escavações no local do Monte Testaccio e chegou a interessantes conclusões sobre a exportação de azeite na Bética. Estudos feitos permitem calcular em cerca de 25 milhões o número de ânforas
chegadas a Roma, transportando cerca de 1.732.500.000 quilos de azeite andaluz. As ânforas eram depois depositadas numa espécie de lixeira que, ao longo dos tempos, formou um monte, de forma triangular, com cerca de 50 metros de altura e um
perímetro de 1,5 Km. Ao mesmo tempo, os arqueólogos encontraram aqui um verdadeiro arquivo fiscal, pois as inscrições permitem conhecer o peso da ânfora (vazia e cheia), o nome do comerciante, o nome do proprietário que produziu o azeite, o fabricante das ânforas, a época em que foi feita a venda, o controle fiscal e o nome do funcionário imperial que fez a fiscalização...